O Brasil conquistou o vice-campeonato do Pan-Americano Feminino de Vôlei de Surdos, neste sábado (30/11), na Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), após derrotar os Estados Unidos por 3 sets a 0. O resultado garantiu à seleção canarinho uma vaga nas Surdolimpíadas em 2021.
A única atleta do Distrito Federal na Seleção Brasileira é a líbero Dyona Vilela, de 34 anos. E nesta primeira convocação, já conquistou a medalha de prata. “Na faculdade tive educação física adaptada, onde eu conheci o paradesporto, mas em momento algum eu tive contato com o desporto para surdos. Foi através da intérprete de Libras, Karol Amparo, que tomei conhecimento desse desporto à parte. Entrei em contato com o coordenador de vôlei de surdos, o Xandó, e ele me passou as informações necessárias. Fui para duas seletivas em São Paulo”.
Logo após as seletivas vieram às convocações. ” Foi uma realização pessoal por representar minha nação, no esporte que eu sempre pratiquei no anonimato e ainda mais poder jogar em casa e mostrar toda a força desse movimento esportivo que poucos conhecem”, comentou a atleta, que é professora de educação física da Secretaria de Educação, e dá aula no Centro Educacional do Vale do Amanhecer, em Planaltina.
Participar do Pan-Americano e sair com uma medalha de prata foi uma grande experiência, relata a jogadora. “Este campeonato foi fantástico, uma soma de oportunidades, de descobertas, a união de toda a comunidade surda e seus colaboradores. Sensação de missão cumprida, de ter colaborado como pude dentro e fora de quadra para a conquista dessa prata”.
Para Xandó, medalhista olímpico e coordenador das Seleções de Voleibol de Surdos, a conquista teve saldo muito positivo, já que os Estados Unidos é uma grande potência nesta modalidade. “O evento foi extremamente importante para consolidar a Seleção Feminina no cenário internacional. Com a segunda colocação, o Brasil garante a participação no Mundial em 2020 na Itália e a participação na Surdolimpíadas em 2021”.
Dyona treina toda segunda-feira com o time feminino e pensando nas competições internacionais, a atleta vai aumentar o ritmo de treino. “Para a fase preparatória do Mundial, que acontecerá ano que vem na Itália, vou intensificar os treinos e o condicionamento físico. Me preparar para o Mundial e as Surdolimpíadas, já que a vaga brasileira está garantida, mas a minha não. Agora é buscar o aperfeiçoamento e fazer por merecer para ser convocada”.
Surdos no Futsal
O 4º Mundial de Futsal de Surdos ocorreu, em Winterthur, na Suíça, no mês passado, com uma grande vitória da camisa verde e amarela. As alas esquerdas da seleção, Suzana Alves de Souza e Soraia Gomes da Silva, respectivamente, titular e reserva, participaram do evento por meio do programa Compete Brasília. “Foi muito bom, estávamos muito focadas para garantir o resultado”, diz Suzana. No masculino, o pivô fixo Ewerton Felipe Alves Resende levou a sétima posição do Mundial.
Surdos no Esporte
A Confederação Brasileira de Desportos dos Surdos é o representante do esporte dos surdos no país. Eles não estão ligados ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), por terem condições de competirem sem equipamentos específicos ou condições especiais, por isso, estão não contemplados pela entidade, que reúne todas as confederações desportivas.