Sete atletas estão de malas prontas para representar o Distrito Federal no Sul-americano de Patinação Artística, em Joinville (SC), evento que será realizado entre os dias 19 e 25 de abril.
O grupo é formado por Ana Júlia Albuquerque, 18 anos, Bruna Matsuguma, 17 anos, Gustavo Portela, 14 anos, Ítalo Barbosa 18 anos, Ícaro Barros, 14 anos, Letícia Fonseca, de 14 anos e Luana Fontana, 14 anos, e se classificou para o campeonato internacional no mês de março, quando a equipe participou do Campeonato Brasileiro também realizado em Joinville.
A mais experiente da turma é a Ana Júlia, que pratica a modalidade desde os 11 anos de idade e no currículo já tem uma participação no Campeonato Mundial do ano passado, em Paris, na França.
“Eu participei do Mundial e foi uma coisa meio inesperada e que mudou totalmente a minha vida. O Mundial sempre foi meu objetivo e não esperava que isso acontecesse tão cedo”, conta Ana Júlia. Ela terminou o Mundial na 16ª colocação.
Apesar de ser uma das mais velhas da turma e inspirar os atletas mais jovens, Ana Júlia pratica patinação só há sete anos. E as atletas da categoria sênior geralmente têm mais de 10 anos de treinamento.
“A Ana Júlia é a mais experiente. O ano passado ela foi vice-campeã brasileira e conseguiu a vaga para o Sul-americano e depois a vaga para o Mundial. Este ano ela ficou em terceiro no Brasileiro na categoria sênior. Eu confio nela e sei que a Ana tem potencial para disputar o Mundial este ano também”, conta a professora Bruna Santos que treina a equipe de Brasília desde 2017.
A patinadora agora treina pensando no Sul-americano. O ano passado o torneio foi realizado em Bogotá, na Colômbia, e ela terminou na sexta colocação. Este ano, a atleta tem como objetivo repetir o feito do ano passado, quando ela terminou a prova livre individual em sexto lugar e conseguir outra vaga para o Mundial.
Só que desta vez a tarefa será mais difícil, já que ela, ao fazer 18 anos, trocou de categoria de júnior para sênior. E nesta faixa etária competem os melhores atletas da modalidade.
“Neste Brasileiro de Joinville eu fiquei em terceiro lugar porque foi meu primeiro campeonato na categoria sênior. E esta categoria já dificulta muito mais, já que os melhores patinadores do Brasil e do mundo fazem parte. Até o ano passado, eu parava para assistir e admirar os atletas que fazem parte desta categoria. Agora estou entre eles”, explica a patinadora.
A rotina dos patinadores de Brasília é intensa. Eles dividem o dia entre o colégio e os treinamentos. Eles praticam a patinação todos os dias no período da tarde na Associação Atlética do Banco do Brasil. E aos domingos fazem aulas particulares para aperfeiçoar os movimentos realizados durante as apresentações.
“Geralmente são entre três e quatro horas de treino por dia. E nos fins de semana eles ainda fazem treinos individuais e particulares. Isto ajuda a sanar as deficiências de cada patinador. Também tem uma pessoa que a ajuda na parte de interpretação de coreografias, isto porque a modalidade é patinação artística e é preciso fazer este trabalho de expressão corporal e facial, além do treino de preparação física. É uma rotina pesada”, explica a professora.
Os treinos são intensos para todas as categorias, independentemente da idade. E muitos dos alunos começaram a patinar muito cedo, como Luana Fontana, de 14 anos de idade, que treina desde os seis anos.
“No começo eu fazia aulas só dois dias por semana, aí eu comecei a querer fazer mais. E com isso eu fui evoluindo na patinação. Agora eu só tenho um dia de folga e não tenho mais tempo para nada. Minha rotina é escola e treino e quando sobra um intervalo eu faço os deveres de casa e aos domingos eu tenho aula particular de patinação”, conta Luana que vai participar pela primeira vez de um campeonato internacional.
E para a atleta, os patinadores brasileiros já entram em quadra com vantagens diante dos adversários estrangeiros. Isto porque o Brasileiro foi realizado no mesmo lugar que será feito o campeonato internacional.
“O bom é que o Sul-americano é em Joinville, num lugar que já testamos a pista, já sabemos o tamanho, as rodas que vamos usar. A gente sai de Brasília com uma estratégia mais definida.
O Brasileiro é um campeonato recente, então a gente já tem até ideia da pressão da torcida local, do clima e da temperatura de Santa Catarina, tudo isso é importante e já facilita pra gente. É muito bom competir num lugar que a gente já conhece e já fez essa aclimatação”, relata a patinadora que disputa a categoria Cadete e terminou o Campeonato Brasileiro em terceiro lugar na categoria livre.
A Luana não é a única novata nesta equipe que vai disputar o Sul-americano. Ícaro Barros, de 14 anos, também vai participar de uma competição internacional pela primeira vez. O jovem atleta começou na patinação com 10 anos de idade por causa do irmão mais velho. Ele acompanhava os treinos do irmão Ítalo de 18 anos e um dia resolveu fazer uma aula teste e acabou gostando do esporte.
“Ele entrou primeiro e eu o via treinando e resolvi patinar também. Nós dois estamos classificados para o Sul-americano”, conta Ícaro, que no mês passado conquistou dois ouros no Campeonato Brasileiro, um no estilo livre e o outro na modalidade dança.
Os patinadores de Brasília participam de dois tipos de provas individuais. “Existe a modalidade livre, em que eles saltam e giram dentro de uma coreografia. E tem a categoria de dança, onde eles não saltam e nem giram, mas interpretam ritmos, como se fossem dança de salão. Pode ser um tango, uma valsa em cima do patins”, explica a professora.
O Ícaro e a Letícia são os dois atletas que vão participar da competição nas duas categorias. Já a Ana Júlia, a Luana e a Bruna vão disputar a categoria livre. O Ítalo e o Gustavo representam Brasília na categoria dança.