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14/04/23 às 12h12 - Atualizado em 18/04/23 às 14h53

Paratleta vítima de tentativa de feminicídio é uma das grandes promessas para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024

Ana Paula escolheu Brasília para se aperfeiçoar no esporte paralímpico e hoje compete no halterofilismo e vela adapatda

 

“Eu tinha 20 anos e meu companheiro na época, não aceitou a nossa separação e me deu dois tiros. Um deles acertou as minhas costas. Caí no chão sem sentir minhas pernas”, conta a paratleta Ana Paula Marques, que após sobreviver a uma tentativa de feminicídio fez do esporte um incentivo para sua reabilitação e transformação de vida.

 

Com os disparos, Ana ficou paraplégica e com as idas e vindas ao Hospital Sarah Kubitschek para o tratamento de reabilitação, a gaúcha se apaixonou por Brasília. Em 2013 trocou a sua cidade natal a capital federal.

 

Aos 41 anos, hoje ela reside na Região Administrativa do Guará, com o filho do antigo relacionamento e o atual companheiro. “Me identifiquei com Brasília e com o esporte, mas no Sul essa prática não era muito comum e não tinha onde treinar. Foi então que me mudei para Brasília com meu filho de 3 anos, na época”, relembra.

 

Ana conta que já está no circuito para os Jogos Paralímpicos Paris 2024. Até o fim do ano vai tentar conseguir a vaga, participando do Mundial de Halterofilismo Paralímpico, que acontece entre os dias 22 e 30 de agosto, em Dubai, e dos Jogos Parapan-Americanos, que estão marcados para novembro, em Santiago, no Chile.

 

Foto: Edmundo Souza

 

Na vela adaptada, a paratleta é destaque em pódios locais, nacionais e mundiais, na Holanda, Alemanha, EUA e Espanha. Em 2018 entrou para a história da modalidade ao ser a primeira atleta brasileira a conquistar ouro no mundial dos EUA. Em 2016 e 2018, conquistou o prêmio Brasília Esporte de Melhor Atleta Paralímpica do DF. Em 2017 participou do evento Prêmio Paralímpicos, realizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, foi escolhida a melhor atleta de vela adaptada do Brasil e teve a honra de ser a condutora da tocha paralímpica dos Jogos Rio 2016.

 

Já no halterofilismo adaptado, onde a atleta começou na modalidade para melhorar seu condicionamento físico, alcançou o topo no ranking nacional no ano passado, e atualmente é Top 10 no ranking internacional.

 

O próximo destino de Ana é a capital paulista. Ela viaja por meio do Compete Brasília, para participar do Campeonato Brasileiro de Halterofilismo, que ocorrerá nos dias 14 e 15 de abril, no Centro de Treinamento Paralímpico. A participação no evento é critério obrigatório para os atletas poderem participar dos Jogos Paralímpicos Paris 2024, uma vez que faz parte do processo classificatório.

 

Para a atleta, o apoio dos programas da Secretaria de Esporte e Lazer do DF, são fundamentais para a manutenção da sua carreira de esportista. Ana viaja pelo Compete Brasília e participa efetivamente do Bolsa Atleta. “Sem o Compete, seria impossível participar e ter chegado com tantas premiações. Já uso o programa há algum tempo e nunca me foi negado. Vejo que isso é uma conquista para as pessoas com deficiência, o programa não faz distinção e sempre que solicitei, fui atendida”, destaca. “O Compete Brasília tem uma grande importância para os atletas do DF, pois podemos trazer uma colocação, melhorar nosso ranking e estar dentro do esporte competindo sempre. Ainda não vi um governo que apoia tanto o esporte igual do Distrito Federal”, completa a paratleta.

 

O Secretário de Esporte e Lazer do DF, Julio Cesar Ribeiro, ressalta a importância do apoio ao paradesporto no DF. “Incentivar o paradesporto é também incentivar a inclusão, além de dar condição aos paratletas de seguirem participando de suas competições. A nossa missão é contribuir para efetivação dos seus direitos e do crescimento do esporte, seja ele convencional ou voltado às pessoas com deficiência”, disse.

 

Ascom SEL